Poucas semanas após uma tentativa de golpe na Bolívia, Nicolas Maduro, um sujeito que se finge de maluco (mas não é), diz que, se não ganhar as eleições, haverá um "banho de sangue” na Venezuela. Em 2022, Bolsonaro disse que as urnas eram fraudadas para ele perder as eleições. Em 2018, o PT afirmava que a eleição de Bolsonaro não era vitória da democracia, mas do fascismo.
Os atores mudam, mas o personagem é sempre o mesmo: o político bananeiro da América do Sul. Para ele, a verdadeira democracia é, unicamente, o resultado que lhe interessa. Qualquer desfecho divergente é guerra civil, fascismo, golpe, fraude etc.
Sérgio Buarque de Holanda escreveu que “a democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido.” Para ele, o funcionamento de um sistema democrático de verdade exigia impessoalidade, algo inexistente na cultura do "homem cordial” brasileiro que valoriza as relações sociais em tudo, dos negócios até a hora dos representantes políticos serem escolhidos.