Hoje a Folha de São Paulo publicou um texto crítico a Maduro. A grande crítica que o jornal conseguiu fazer por meio de seus “especialistas” foi dizer que o ditador venezuelano “apagou o legado social de Chávez”.
As fontes, provavelmente escolhidas a dedo para montar a narrativa chavista, celebram de maneira nostálgica o “incremento das políticas sociais” e a redução da pobreza, além do avanço das políticas públicas com a “manutenção dos aspectos democráticos” (se a Folha fosse um sitcom americano, essa seria uma ótima parte para subirem as risadas eletrônicas).
Apesar da breve advertência de que “embora o apego ao poder já fosse bastante claro em Chávez”, o jornal insiste que a coisa só ficou ruim na Venezuela a partir da morte do ex-presidente e da ascensão de Maduro. “Nenhum do legado original do chavismo sobreviveu” completa um dos entrevistados para o artigo. Para uma das fontes da Folha, “o erro histórico” de Chávez foi “dar continuidade ao modelo rentista de exploração de petróleo.”
Claro que o artigo não poderia apenas enaltecer as glórias de uma ditadura bananeira do passado recente do nosso continente, tinha também que bater na alternativa política a essa ditadura. A oposição venezuelana tinha "uma lógica de pouca aderência democrática" completa o texto.
Por fim, a cereja do bolo da Folha é afirmar que o chavismo é "o movimento político mais forte da Venezuela e continuará vivo, mesmo que a oposição chegue ao poder”. Apesar da população venezuelana está derrubando e queimando estátuas de Hugo Chávez nas ruas do país, porque não consegue dissociar a ditadura de Maduro da do ex-ditador, a Folha persiste com sua dissonância cognitiva típica de um estudante de filosofia de universidade federal.