Sérgio Rodrigues - o jornalista, escritor e dublê de professor Pasquale Cipro Neto - concedeu uma entrevista à jornalista portuguesa Christiana Martins. E o título escolhido pela edição do jornal Expresso não poderia ser mais polêmica (ou sensacionalista, como querem alguns):
“Acho um certo abuso quando mexem no meu gerúndio”.
Entre outros pontos, Rodrigues comenta o Acordo Ortográfico, que conseguiu desagradar brasileiros e portugueses; defende o português brasileiro; e, segundo a jornalista que o entrevistou, revela mágoa com “o desprezo a que os leitores portugueses parecem votar a literatura brasileira contemporânea”.
Assim como políticos, também os escritores brasileiros são contemplados com o dom da sinceridade ao falar aos veículos de fora do país. Ao menos esse parece ser o caso de Rodrigues, que, no Brasil, não parece tão cheio de opinião - talvez porque esteja enclausurado na Catedral a que pertence. Afinal, ele é parte integrante de um aparato corporativo que reúne os medalhões do jornalismo, com colaboração para a Folha de S.Paulo e participação no Programa do Bia; e, na literatura, é autor publicado pela Companhia das Letras. Em suma: Sergio Rodrigues não é dado a declarações tão contundentes assim quando fala aos veículos daqui.