Sei que o mundo hoje é movido a hiperinformação, e todo dia somos bombardeados e sucateados com vídeos, memes, verborragia e mensagens eletrônicas que emburrecem e inibem nossa sensibilidade, por isso é necessário por vezes parar um pouco e prestar um dedo a mais de atenção a alguns fatos e personagens.
E este comentário tem como objeto aquele que é hoje uma das figuras mais picarescas a frequentar o noticiário oficioso ou subterrâneo, sim, falo de Elon Musk.
Como vocês ainda devem se lembrar, o dono do X recentemente eclipsou a posse de ninguém menos que o não menos espalhafatoso e midiático Donald Trump, ao celebrar a vitória do neorepublicano fazendo uma saudação nazista um gesto de amor aos seus correligionários em um evento há duas semanas.
Tal movimento espasmódico de Musk foi analisado, tachado (alguém chamou Haddad?), carimbado, rotulado e ganhou asas na imaginação do povo e dos especialistas e até mesmo da senhora sua avó que vive grudada no WhatsApp. Nazi, neonazi, carinhoso, amoroso, afinal, o que tal gesto simbolizava? O dedo milimetricamente para dentro da palma da mão tinha algum significado oculto revelado apenas aos iniciados da cabala (kamala) do copo de leite? Na nossa mais que modesta opinião a resposta é mais simples que apostar nas bets futebolísticas: uma grande jogada de marketing ambígua o suficiente para que falemos dela o tempo todo mas que não possamos cravar que era afinal um gesto de amor aos fãs.
Deixemos de lado tal gestual e passemos para algo menos controverso (ou não). Alguns dias após o famigerado e calculado evento gestual, nosso objeto de análise fez um aparição em um comício do partido alemão Alternative für Deutschland ou AfD para os íntimos. Dizem as línguas soltas por aí que as origens ideológicas podem ser traçadas até aqueles anos em que o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães mandava nas coisas por lá, mas seus membros mais proeminentes negam tal filiação pois afinal o partido nazista era comunista. Realmente há um passado alemão onde, temos que reconhecer, quem não era nazista - Joseph Ratzinger, Günter Grass, até a mãe do Herzog tinha lá suas simpatias - estava em um campo de concentração a caminho dos fornos ou já tinha saído fora do país (de preferência fugido para a América).