#NãoéArte(1): Giovanni Anselmo
Análise do artefato de granito que se encontra no Centro Georges Pompidou, em Paris.
Tentarei iniciar aqui uma fuga da pobre realidade brasileira cotidiana, para adentrar à pobre realidade do mundo das artes. A ideia é trazer uma visão geral do bom, do belo e do verdadeiro.
Mas antes, guiados por Dante, devemos começar pela selva escura, passando pelo Inferno e suas excentricidades.
Dependendo do seu interesse, notável leitor, poderemos, como Dante e Virgílio, ir escalando as costas geladas do próprio demônio, agarrando-se à sua couraça aveludada até chegar a montanha, e, depois do precipício, encontrar a saída na fenda daquele riachinho. Aos poucos irão surgindo todas as coisas belas que apontam para o céu. Então, como nossos heróis, sairemos para rever as estrelas.
Tomamos esse caminho escondido
ele e eu, pra voltar ao claro mundo
e, sem repouso algum mais consentido,
subimos, ele primo e eu segundo,
até surgir-nos essas coisas belas,
que o céu conduz, por um vazio rotundo;
saímos por ali, a rever as estrelas.
(A Divina Comédia, Inferno, final do canto XXXIV;
tradução de Ítalo Eugenio Mauro)
Análise de “A escultura que come”, de Giovanni Anselmo (1934-2023)
Artefato artístico realizado em 1967, também conhecido como La scultura che mangia.