#NãoÉDumont

Como uma galinha com as asas abertas, ciscando para trás e afundando o próprio chão. Querem fazer o Brasil acreditar que voa

Tão sintomático. Lula sai por aí com sua voz cada dia mais prejudicada, assassinando a concordância gramatical e estufando o peito de tanta soberania, fingindo um protagonismo internacional que não tem. No ápice desse momento, a Agência Espacial Brasileira lança um selo comemorativo dos 152 anos de Santos Dumont.

Comemoram exatamente o quê? Ninguém sabe.

O rosto do homem está errado. O chapéu. O que dizer do chapéu?

Mas nada representa melhor o Brasil do que esse avião.

O feito máximo da engenharia de um brasileiro está virado para trás. Esse Santos Dumont pilota o avião como o governo pilota o Brasil. De costas.

É auto-explicativo. O mesmo Brasil que elegeu Lula 5x, obrigou Dumont a pegar a sua genialidade e ir embora do seu país de nascimento. Sua inteligência floresceu e deu frutos na França.

O selo é perfeito. A síntese gráfica do país.

Um país que tenta bater boca com os EUA, que se ilude com sua própria importância geopolítica diante da China, mas continua, essencialmente, sendo a velha colônia da qual só se quer extrair minério, petróleo e o que restar de floresta.

Não é viralatice. É noção do ridículo.

Quando Gregório de Matos, há séculos, descrevia a Bahia, na verdade falava do Brasil.

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro...

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.

Iludidos, seguimos grudados ao chão, brigando com quem já faz foguete dar marcha ré. Praticamos o autobullying.