#naoeentrevista: Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira
Ou: como usar um martelo na hora H.
Olá, Antonio. Como você está?
Aqueles que vão bem, em boa parte das vezes, estão perdidos, isso sim. A vantagem questionável dessa condição é que a maioria não sabe disso. Então...
Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?
Claro. Lembro-me de que comprei o Manual do Professor Pardal numa banca de jornais, perto de casa. Meu pai e eu (na verdade, ele sozinho, mas é mais bonito dizer que fomos nós dois) construímos uma geringonça com lâmpadas e 20 metros de fio para conversarmos em código Morse. Foi uma alegria.
Só desistimos desse não muito prático veículo de comunicação quando a minha avó, que nos visitava, enroscou-se numa conversa que contornava a sala e chegava ao meu quarto.
É imperioso lembrar que vivíamos a doçura dos anos 70. Aprendi nesse dia os dissabores da censura, porque a velhota era o cão...
Bem, guardadas as proporções, essa história quase vale as denúncias do pai do Pateta para o Comitê de Atividades Antiamericanas, não acha?
Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.