#naoeentrevista: Fabrício de Moraes

Um pensador que vai contra "a dialética do verme".

Olá, Fabrício. Como você está?

Estou ótimo, obrigado. Ainda naquele período em que a fadiga após a composição de um livro felizmente não deu lugar à tentação eufórica de iniciar a escrita de outro.

Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?

Curiosamente, não. Talvez tenha sido uma das primeiras crianças afetadas pelas teorias conspiratórias, quando estas ainda circulavam só por boatos e fitas VHS obscuras. No caso, minha irmã mais velha assistiu a um maníaco conspiracionista que alertava contra as mensagens ocultas e obscenas nos filmes da Disney... Como morávamos, nessa época, no interior de Minas Gerais, não tínhamos acesso a cinema, e minha mãe simplesmente não mais permitiu que alugássemos fitas VHS de lançamentos da Disney. Em contrapartida, porém, não éramos proibidos de alugar outros filmes, de maneira que eu e minhas irmãs mais novas assistimos, por conta própria, a adaptações de obras de Stephen King, por exemplo, It (1990) e Thinner (1996), dos quais me recordo, em grande medida, até hoje.

Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.