#naoeentrevista: Gabriel Ferreira
Um filósofo dedicado a pensar sobre as virtudes morais da banda larga na internet.
Olá, Gabriel. Como você está?
Tudo certo. Tudo afundando sob controle e dando errado conforme planejado.
Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?
Não muito, em parte graças a um certo antiamericanismo da minha tia que preferia o produto nacional nas bancas. A corrupção da minha infância veio da Turma da Mônica e dos desenhos da Hannah Barbera e assemelhados. Se você parar pra pensar, também está tudo aí: da amizade e do companheirismo da turma da Mônica ao Pica-Pau se vestindo de mulher pra filar uma boca-livre às custas da burrice do Leôncio, passando pelo papo no além do Penadinho e Cranicola (do qual tenho uma estatueta que está no meu gabinete na universidade - que foi um dos melhores presentes que minha namorada já me deu - e que, por sinal, é um personagem mais interessante do que o crânio de Hamlet). Esse combo de amizade sincera, malandragem e pitadas de sobrenatural não deve nada a grandes tratados sobre os sentimentos morais.
Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.