#naoeentrevista: Hugo Langone

Um poeta que gosta de temperar a empanada

Olá, Langone. Como você está?

Como deveria, penso. Houve suspeitas de hipertensão nestes últimos dias. Tenho conseguido ler ao menos um pouco. As crianças passam bem. Há alguns livros na gaveta.

Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?

Não, de modo algum, mas talvez a MTV tenha desempenhado algum papel decisivo nisso. Lembro-me do fascínio, quando ainda muito novo, de assistir à estreia de “Thirty-Three” em vídeo, com a direção da Yelena Yemchuk – o azul daquele disco, sua estética... Ou do cavanhaque do Kid Vinil ao gritar: Yo la Tengo! Desde então, por mais de uma década, penso que corrupção seja uma palavra oportuna. E que em parte perdura – para o bem da criação artística, para o obstáculo da vida interior.

Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.