#naoeentrevista: Leandro Sarubo
Ele fala o que pensa, sem papas na língua. E é por isso que é um gênio.
Olá, Sarubo. Como vai?
Estou procurando desesperadamente por DVDs. Devo ser o único consumidor de mídia física no Brasil.
Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?
Não. Minha infância foi interrompida pela banda popular do entretenimento. Droopy, Tom & Jerry, Pernalonga e Patolino, Os Flintstones. Eu era pobre, não queria ouvir lição de moral, tampouco ficar triste. Queria rir. É muito bom ver um cachorro infernizar um lobo, um rato moer um gato na porrada, um coelho ferrar com a vida de todo um universo. Hoje, sei lá se é saudosismo da minha parte, tudo é feito para arrancar uma reflexão, umas lágrimas. Nem a TV aberta escapou disso. Trocamos a Banheira do Gugu e a farsa da autópsia extraterrestre do “Fantástico” pelo assistencialismo peessedebista de Luciano Huck e por um telejornalismo fanfiqueiro que decididamente enterrará a TV a cabo. Regredimos.
Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.