#naoeentrevista: William Cruz

Um gramático que deseja parar de beber Concha y Toro.

Olá, William. Como você está?

Estou bem, obrigado. Considerando que gozo de boa saúde, amo a minha esposa e as contas estão pagas, reclamar seria uma ingratidão.

Por acaso a sua infância foi deliciosamente corrompida por Walt Disney?

Nem tanto. Cresci como menino de igreja, lendo a Bíblia desde cedo, na tradução de João Ferreira de Almeida. Quando alguém me fala de Disney, lembro-me logo de Josué Yrion. Será que alguém ainda sabe quem foi ele? Yrion é um pastor da Assembleia de Deus que fez muito sucesso nos anos 1990 e início dos anos 2000 denunciando as mensagens subliminares dos filmes da Disney. Claro, havia muito exagero e uma espiritualização excessiva de tudo, mas não seria de todo equivocado identificá-lo como um dos pioneiros da chamada guerra cultural que, hoje em dia, está na cabeça de muita gente.

Quais são as memórias que você tem da sua infância? E, por favor, não se esqueça das empregadas.