Assim como Juliano Spyer, Wilson Gomes (ou “Will”, segundo seus seguidores mais íntimos no Twitter) foi promovido recentemente pela imprensa para ser o progressista esclarecido que vai contra a maré radical da cultura identitária.
O problema é que ela faz o leitor comprar gato por lebre.
Gomes não tem nada de esclarecido, nem de moderado.
Na verdade, é mais um intelectual de gabinete que cospe os mesmos clichês de Diretório Acadêmico que fazem o Brasil ficar no final da avaliação do PISA.
A diferença é que ele defende o tal do “Iluminismo”.
Claro: ele não sabe dizer qual Iluminismo que defende. Se o de Robespierre ou o de David Hume.
Mas isto é um detalhe.
O meu ponto é que o Iluminismo, em geral, é um mito — e, como todo mito, serve somente para justificar violência.
Pode ser a violência da guilhotina. Ou do tráfico de escravos (Napoleão que o diga). Ou da adoração pelo dinheiro (Adam Smith dixit).
Mas é sempre a idealização da violência.
Will Gomes afirma defender a democracia contra o extremismo, mas o que ele deseja, na verdade, é manter o seu quinhão de aposentadoria contra os extremos do próprio Brasil bárbaro que ajudou a construir.