#rumoresdaguerra
A cobertura da Guerra do Hamas contra Israel é feita de boatos e não de fatos.
Fazer jornalismo de guerra era antes uma profissão heróica.
O sujeito testemunhava o que acontecia no campo de batalha, apurava o que via e entregava o texto ao editor, entre sangue, suor e ranger de dentes.
Martha Gellhorn fazia isso. George Orwell também. José Hamilton Ribeiro — que perdeu uma perna em pleno Vietnã, mas jamais desistiu até o fim — foi aos extremos do seu dever.
Hoje não há mais nada disso. Hoje o jornalismo de guerra apura somente “rumores”.
A cobertura da guerra do Hamas contra Israel é uma das inúmeras vítimas deste novo procedimento, que se sedimentou há uns trinta anos, especialmente com a influência de Robert Fisk.
Não seria diferente agora, em particular com a nova fase do conflito.
O texto de hoje da Folha não fala nada sobre fatos. Fala somente de “boatos”, de “rumores” — todos atribuídos à “imprensa de Israel”.
O alvo é claro: Israel sempre teve o poder da mídia em suas mãos.
Portanto, devemos ouvi-la com cuidado, mas publicar suas informações com “ressalvas”.
Já os dados do Ministério da Saúde do Hamas são aceitos sem nenhuma discriminação. Até mesmo quando fica provado que um míssel disparado contra um hospital não veio do lado israelense, mas sim do lado palestino.
Na luta entre o falso Davi (Hamas) e o falso Golias (Israel), a pedra neste conflito atinge a testa do leitor.
ainda bem que não sou leitor. Não vô tomar pedrada