O sentido de gerações é tão antigo como a Bíblia. O livro de Eclesiastes traz o seguinte verso:
Uma geração vai-se, e outra vem, mas a terra permanece para sempre.
Há muito que insisto que o fenômeno geracional está intimamente atrelado a sociedade e cultura, sendo, portanto, algo local e nacional. Recuso as denominações americanas, rechaçando a disseminação de meias verdades, muito comum em tempos de mídias sociais. Em palestras e textos, tenho promovido uma cruzada erguendo a bandeira das gerações brasileiras, procurando combater traduções inapropriadas para o nosso contexto.
Ouso dizer que a grande maioria do que se tem escrito a respeito das gerações com aplicação direcionada ao nosso povo é puro engodo. Erros e falácias, invencionices e superficialidades, a desaguar em interpretações dúbias que, ao fim e ao cabo, mais desorientam do que explicam.
O mais grave em tudo isso, é o descrédito que a temática geracional ganha. Com a falta de interlocução séria, ocupa lugar de desconfiança em nosso imaginário. Deixa de contribuir na educação, no ambiente corporativo, na sociedade em geral. E, como última frustração, deixa de auxiliar nas relações entre pais e filhos.
Para esmiuçar a compreensão das gerações, é necessária uma boa dose de Sociologia, cuidadosa fundamentação histórica, somada a uma consistente análise antropológica. Por igual modo, deve-se adotar metodologia consistente, utilizando instrumentos estatísticos e biográficos para identificar, na análise de corte, padrões em diferentes grupos.