#NãoEraColôniaDeFérias

A Cruz Vermelha fecha os olhos para os judeus.

Terezin era uma fortaleza murada próxima a Praga. Em 24 de novembro de 1941, foi transformada pelos nazistas num misto de gueto e campo de concentração. Inicialmente para os judeus tchecos e depois para judeus de toda a Europa, principalmente artistas e judeus proeminentes. Por alguma razão inexplicável, os alemães mandaram diversos artistas, intelectuais e cientistas para morrer em Terezin.

Dos 144 mil judeus enviados para Terezin, apenas 17.247 sobreviveram. Das 15 mil crianças, 93 estavam vivas ao final da guerra.

Conheci, no Brasil, o judeu esloveno, Thomas Venetianer, que foi prisioneiro em Terezin e ele me contou as barbaridades que aconteciam nesse campo.

Um ano antes do fim da guerra, e depois de tantas denúncias sobre o que acontecia nos campos nazistas, Heinrich Himmler, o chefe da SS e dos Campos, permitiu que a Cruz Vermelha visitasse Terezin, para “comprovar que os judeus eram bem tratados”.

Himmler deu ordens para alimentarem centenas de prisioneiros, matarem os que estavam muito mal, pintarem cenários, criarem falsas lojas e bares. Chegaram ao requinte de ensaiar um coral de crianças, e em 26 de junho de 1944, uma delegação da Cruz Vermelha visitou o campo, nos locais maquiados pelos nazistas, com prisioneiros especialmente bem tratados para o show.

A comissão da Cruz Vermelha incluía o médico-chefe do Ministério da Saúde da Dinamarca e uma alta autoridade do Ministério do Exterior dinamarquês.

Os nazistas fingiram que era um local aprazível e a Cruz vermelha fingiu que acreditou. Devem ter ido depois a algum bar das proximidades se embriagar com pilsen da melhor qualidade.

A farsa foi filmada e fotografada, para ser usada como propaganda pelos nazistas.

A Cruz Vermelha fechou os olhos para as atrocidades nazistas no Holocausto, assim como fecha os olhos para as atrocidades do Hamas contra os reféns judeus em Gaza.

Nada de novo sob o Sol.