Um amigo, professor de Relações Internacionais, escreveu este texto e pediu para não ser identificado. Concordo com o texto. Então, compartilho com vocês.
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Escrevo estas linhas sem o mínimo pudor, não como professor, nem como acadêmico ou analista; mas sim como um ser humano ferido.
Quando me sugerem sentir compaixão pelos civis em Gaza, vejo diante de mim os bebês da família Bibas e o desespero de sua mãe que não pôde protegê-los. E vejo a imagem dos reféns resgatados, mortos-vivos, que remetem as cenas da libertação dos Campos de Concentração nazistas.
E estas imagens me impedem de sentir empatia pelo sofrimento do outro. Porque o apelo pela empatia se choca com o grito de protesto da soldada Liri Albag, aprisionada, não por terroristas sanguinários, mas por uma família de Gaza, que não lhe permitiu comer nem o que era obrigada a cozinhar para eles, e que passou mais de um mês sem direito a um banho.
É dela a afirmação de que NÃO HÁ CIVIS EM GAZA.
Pais e mães, filhos e filhas, que agora buscam nossa simpatia, mas que não só colaboraram, senão que agiram como algozes.
Não vejo civis entre aqueles que cantaram e dançaram em júbilo quando reféns eram exibidos como troféus, sem saber se chegariam com vida até os carros da Cruz Vermelha.
Não vejo civis na maioria da população de Gaza, que acredita que o Hamas deve continuar a governá-los até que Israel seja destruída e os judeus exterminados. Seu número mais que dobrou desde o 7 de outubro.
Não vejo civis entre aqueles que são vistos nas câmaras GoPro dos próprios terroristas cruzando a fronteira, estuprando, matando, mutilando e queimando israelenses inocentes aos gritos de Allah u Akhbar, antes de voltar a Gaza levando reféns, vivos e mortos.
Onde estão os civis, opositores dos terroristas, que poderiam ter dado algum sinal de onde se encontravam os reféns, indicar onde até hoje estão presos os reféns?
Onde estão os civis que não impediram que os bebês Bibas fossem estrangulados até a morte?
São estes mesmos civis que vem aceitando a educação que cultiva o ódio e a ideia do extermínio há quase cem anos.
São estes os “civis” que encheram as ruas de Beirute para acompanhar o enterro de Nasrallah e que, em suas casas no sul do Líbano, albergaram os terroristas que planejaram, do Norte, o mesmo que seus correligionários fizeram no Sul.
Há 80 anos, Dresden, na Alemanha, foi destruída pelos aliados no maior ataque aéreo da Segunda Guerra Mundial. Os civis que lá morreram queimados pelas bombas incendiárias foram aqueles que se beneficiaram das atrocidades cometidas pelo 3o Reich. Que comeram o trigo roubado na Ucrânia, moraram nas casas tomadas aos judeus, usaram casacos de pele roubados das judias assassinadas em Auschwitz.
Em nenhum momento tive qualquer simpatia por aqueles civis.
E agora o mundo e estes “civis” palestinos que pregam a minha morte querem que deles me compadeça.
Aos crimes que praticaram temos que acrescentar também o de haverem destruído a minha compaixão.
Também assino. Uma das meninas sequestradas havia quase tido seu braço amputado pelos tiros do Hamas enquanto ela se defendia do ataque. Após ser arrastada a Gaza, foi levada à casa de um "civil". O braço, pendurado. Ela estava menstruando, pediu para ir ao banheiro colocar um absorvente. A esposa "civil" do sequestrador "civil" acompanhou-a. Lá dentro, a menina não conseguia colocar o absorvente com uma mão só, pediu ajuda à esposa "civil". A esposa "civil" deu-lhe um tapa na cara e arrancou-a do banheiro do modo que estava. A menina sobreviveu para contar. Civis em Gaza?
Espetacular! Não é preciso ser um gênio pra deduzir que houve acobertamento da população civil em Gaza para os vermes do Hamas. Não tem como esconder uma gangue tão mortífera quanto o Hamas (ou Estado Islâmico) se civis não colaborarem