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A leitura exige uma predisposição interior, um pendor íntimo em cada pessoa.

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nov 25, 2024
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Por Fernando Lima Cunha

Edward Hopper, Hotel Lobby (1943)

UMA ATIVIDADE SINGULAR, uma ação encerrada em si mesma: assim é a leitura. Como dormir ou fazer sexo, ler exige toda a presença física e mental ao ato, sem distrações. Há, por outro lado, uma certa noção de que a leitura pode ser uma atitude lateral e acessória, perfeitamente conjugada a alguma outra prioritária ou mais urgente. Por causa dessa noção errônea, a leitura não se eleva ao merecido status de hábito no Brasil, mas remete a certo capricho, logo, algo perfeitamente recusável ou adiável ad infinitum: tudo bem não ler hoje, pode-se fazê-lo noutro dia ou quando houver oportunidade. E nunca se lê nada, no fim das contas.

A leitura verdadeira, profunda e substancial, implica sempre num ato voluntário, numa busca movida por interesse pessoal, por gosto e prazer; e não se trata daquela leitura instrumental ou compulsória da escola, do trabalho, nem mesmo da leitura coletiva da religião.

Todos conhecemos alguém que diria, se perguntado a respeito, “é, de fato eu preciso ler mais”. Tal confissão, no entanto, fica pelo dito e não cai ao coração. Essa pessoa reconhece a falta enquanto vai tranquilamente protelando a leitura; verdade seja dita, no fundo ela não está realmente preocupada em arranjar um livrinho qualquer para desenferrujar o cérebro. Essa é a regra geral. O aparente reconhecimento da falha, portanto, é só uma desculpa útil para não assumir o vexame de dizer algo como “não gosto de ler” ou “leitura não me interessa”. Pega mal falar uma coisa dessas em público, parece confissão de burrice; e não há nada que incomode mais do que parecer burro perante os outros. Já o sê-lo de fato é outra história.

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