A brutalidade da Trump é um choque de realidade para nós, brasileiros. Nos acostumamos a acreditar em todas as lorotas que nos contaram sobre redemocratização, crescimento econômico, desenvolvimento sustentável e tantas outras que aparecem em dois em dois anos nas campanhas eleitorais.
Atônitos, vemos o presidente americano tratorar a nossa economia e nos tratar como insetos abobalhados ao redor da lâmpada.
A verdade é que nunca deixamos de ser um país subdesenvolvido com altos índices de analfabetismo. Por isso elegemos somente o que há de pior na sociedade para comandar o país.
Ninguém sabe o que fazer com Trump porque ninguém nunca sabe o que fazer com os problemas deste país.
Não temos justiça nem segurança; não temos educação nem saneamento básico.
Completamente perdidos, ficamos esperando uma solução mágica, um abracadabra, um coelho tirado da cartola. Seja o artigo 142 da intervenção de velhos generais lunáticos e com incontinência urinária; seja um topetudo picareta que passou a vida inteira fugindo dos credores.
No final, Trump continuará fazendo as suas atrocidades, enquanto nós, brasileiros, permaneceremos na insignificância. Subdesenvolvidos, com um velho ladrão senil tocando um governo endividado; roubados por uma classe política quadrilheira; tiranizados por uma corte suprema presunçosa e autoritária; e ignorantes, com um povo guiado por um mentecapto golpista que, privilegiado por um acordão e uma legislação indolente, vai pegar no máximo uma prisão domiciliar.
A realidade é insensível.
E cada país tem o destino que merece.
O que aconteceu recentemente com a indulgência dada pelo Amigo do Amigo do Meu pai a Alberto Youssef, sob o silêncio da maioria, mostra muito sobre o Brasil. O laço moral brasileiro é frouxo o suficiente para deixar passar a boiada impunemente, enquanto miseráveis são explorados pela cleptocracia que defende a democracia e, agora, a soberania. Rima pobre, mas necessária.
O artigo esta exato. Enquanto não for melhorada a origem dos governantes, ou seja, o povo, continuaremos na mesma situação. Não adianta ficar esperando aparecer alguém que vai estalar os dedos e magicamente todos viverão em um paraíso, de uma hora para outra. O problema somos todos nós, como nação, como povo.