#OCúmpliceDaBarbárie
Como a omissão e a demagogia do Estado fortalecem o reino da violência
O caso acima ilustra o que há de mais cru na natureza humana: a violência como ferramenta de controle e demonstração de poder. O traficante matou por ego. Não pela lei do tráfico, nem por uma motivação maior. Matou para provar quem manda. É o "pisou no meu pé, pague com a vida". Brutal, direto, inescapável.
Para os que ainda acreditam no mito do homem bom por natureza, corrompido pela sociedade, este episódio é didático. No universo do tráfico, não há moralidade, só força. Testa de Ferro, o traficante morto em seguida, não foi eliminado por causa da “empatia dos traficantes”; foi eliminado porque ele atrapalhou e ameaçou os barões da droga. Foi morto para reafirmarem a força da ordem criminosa.
Isso não é falha do Estado apenas. É o fracasso de uma visão infantilizada sobre a natureza humana. Políticas idealistas, que partem da premissa de que basta corrigir as injustiças sociais para conter a barbárie, ignoram uma realidade inconveniente: o ser humano, quando livre de limitações externas, tende ao caos, ao abuso, à destruição. A bandidagem não se alimenta do discursinho da empatia, das etiquetas da democracia e do amor. Alimenta-se do medo e da fraqueza dos humilhados.
Kauan, o jovem jogador, não morreu por desigualdade, nem por injustiça social. Morreu porque Testa de Ferro tinha poder e escolheu exercê-lo. E Testa de Ferro, por sua vez, foi morto pela mesma lógica que sustentava: violência que regula, violência que consome. Quem vive para dominar pela força sempre acaba destroçado por ela.
Sem força, o Estado não é nada. Sem justiça, é cúmplice da barbárie. O crime organizado é um estado paralelo, governado apenas pela força e soberba criminosa. E o Estado legítimo? Este tem sido comandado por covardes e demagogos interessados apenas em si mesmos. Também por parasitas idealistas arrogantes adulando suas abstrações teóricas e egos.
Enfim, Kauan morreu pela ausência de justiça; Testa de Ferro, pela lógica brutal que ajudou a sustentar. E a barbárie é o reino onde ninguém tem a coragem de fazer justiça quando deveria.
Leonardo Sakamoto, a cota “oriental” do UOL, começou a escrever “ jovem preto é assassinado” , mas aí viu a foto do assassino e a “capivara” do meliante. Logo, pediu mais tempo para achar um jeito de culpar a extrema direita pelo crime, já que o delírio do “racismo estrutural” (aquela masturbação sociológica do ministro bolinador ) , não iria colar.
No Papel Federalista 51, Madson sentenciou que, "se os homens fossem anjos, o governo não seria necessário".
No nosso caso, o problema reside na resposta ineficaz das instituições ao crime organizado.
Belo texto, caro Razzo.