#OErroDeTarcísio

Ele é o principal candidato à presidência, mas titubeia porque dá ouvidos aos marketeiros do kassabismo

O aumento da rejeição de Lula fez a esquerda abrir uma campanha contra o governador de São Paulo. A tática é desconstruir a imagem moderada que Tarcísio tem até mesmo entre os bolsonaristas mais radicais.

A resposta dos marketeiros do kassabismo foi reagir à campanha, tentando isolar o seu candidato das alas mais radicais da direita.

Tarcísio já subiu no caminhão de Bolsonaro com a camisa azul da seleção, como se fosse um símbolo dissociativo. Já deu declarações apaziguadoras com o STF e até subiu no palanque com Lula para anunciar parcerias com o Governo Federal.

Mas os marketeiros do kassabismo acham pouco. Para eles, Tarcísio tem de ganhar biscoito da mídia e do establishment político para poder concorrer à presidência.

Por isso já estão plantando na imprensa uma possível fritura de Guilherme Derrite, visto como o quadro mais radical do seu governo.

Segundo a imprensa apurou em off com os marketeiros do kassabismo, “Derrite acumula tropeços no comando da segurança pública e, desde o início da gestão, faz uso da secretaria para pavimentar sua campanha política”.

Mas a nota oficial do governo diz o contrário:

"Desde o início da atual gestão, a política de segurança pública no estado tem apresentado resultados concretos, evidenciados pelos indicadores de criminalidade. Índices como homicídio e roubo, por exemplo, apresentam quedas históricas".

Todo mundo está mentindo. Derrite não acumula tropeços e sua gestão não apresenta quedas históricas.

A verdade é que Kassab não conseguiu articular uma união da direita sem Bolsonaro. Por isso Michel Temer teve de sair do sarcófago e tomar a dianteira para organizar a bagunça e tentar viabilizar uma candidatura que parece óbvia, considerando a situação calamitosa do país e as pesquisas de opinião do eleitorado.

O Centrão sabe que Tarcísio é o único que pode dar algum rumo a essa direita que se perdeu em ideologias amalucadas, incompetências políticas e todas as burrices crônicas que levaram Bolsonaro a ser derrotado em 2022.

Mas a política é feita de oportunidades e alguma ousadia. Enquanto Tarcísio ficar nessa conversa mole de que não é candidato, quando todo mundo sabe que ele é – até o Zé Dirceu –, ele vai perdendo a oportunidade de pautar o debate nacional e fortalecer a sua liderança.

Ficar carregando o cadáver político de Bolsonaro é um erro tão grande quanto ouvir os marketeiros do kassabismo. O povo quer uma alternativa ao lulopetismo e ao bolsonarismo. Só estão esperando alguém ter coragem de se colocar definitivamente à disposição.