#oPecadoDeDallagnol
O epicentro da cultura diletante jamais esquecerá aquele Powerpoint
A Lava Jato foi a última oportunidade desse país sair do subdesenvolvimento moral. Mas os próceres da cultura diletante não gostam dessa palavra. Eles acham que “moral” faz parte de um vocabulário fundamentalista religioso.
E esse é o argumento central da longa e entediante matéria, escrita por 6 destemidos repórteres da Piauí, sobre Deltan Dallagnol.
São 34 laudas. Mais de 72 mil toques para justificar o título em caixa alta: MESSIÂNICO. Dallagnol é cristão, leva a sério a sua religião e encara o seu trabalho como extensão da sua fé.
Mas os próceres da cultura diletante se escandalizam com essas coisas. Preferem ser ateus que têm fé na política. Melhor, ateus que têm fé num único político. Todo mundo sabe quem.
Os destemidos repórteres da Piauí são unânimes em apontar que o maior pecado de Dallagnol foi fazer aquele powerpoint com Lula sendo o maior beneficiário do esquema de corrupção petista.
Todo mundo sabia quem era o chefe. Todo mundo sabia quem enfiava o “pixuleco” no bolso. Todo mundo sabia quem era o dono do Triplex no Guarujá.
Mas muitos jornalistas preferem fingir acreditar que corruptos bilionários, defendidos pelas maiores bancas de advogados do país, foram oprimidos para delatarem seus comparsas. Ainda pior é fingirem que os arquivos do hacker de Araraquara demonstram uma conspiração dos procuradores para quebrarem as empreiteiras que nos roubam desde a ditadura militar.
Os trechos das conversas entre os procuradores, usados na matéria, demonstram a triste realidade institucional no Brasil. É preciso estratégia. É preciso escolher bem as palavras usadas na peça judicial, porque todo mundo também sabe o que acontece com os processos de corrupção que chegam nas instâncias superiores.
De qualquer forma, o longo e dispersivo texto da Piauí pode ser resumido neste único parágrafo:
Em novembro de 2021, quando abandonou a carreira de dezoito anos no Ministério Público, desiludido com o desmonte das operações contra a corrupção, Deltan Dallagnol já estava no mercado de palestras, atividade tão malvista pelos procuradores quando investigavam Lula, e entrou no mercado político, outra área que tantos procuradores consideravam suja. Filiou-se ao Podemos durante um evento em Curitiba com a presença de Sergio Moro, outro que criminalizara a política e, na época, já estava filiado ao mesmo partido. Não era um destino inusitado. Os grupos de Telegram de Dallagnol mostravam que, havia alguns anos, ele cogitava lançar-se como candidato a algum cargo eletivo.
O único pecado de Dallagnol foi abandonar a carreira de 18 anos, desiludido pelo fracasso em tentar combater a corrupção, para se aventurar na política.
Se não tivesse saído do MPF, talvez fosse exonerado num processo fraudulento como o que lhe cassou o mandato de deputado. Ou então transferido para alguma unidade irrelevante do MPF, para terminar seus dias em alguma cidadezinha infame do interior do Brasil.
A pior das hipóteses ainda é mais digna do que ter se tornado um militante bolsonarista.
Dallagnol tem o meu profundo respeito e gratidão pelo trabalho feito!
Parabéns e obrigada, Diogo Chiuso! 🙌
Concordo com seu comentário final.
Se Deltan se afastasse do Bozo e do bozonarismo seria melhor.
Eu ainda sigo mas desativei as notificações depois do último vídeo que vi dele. Ele jogando um pacote de Bis, no lixo e, dizendo que ninguém na casa dele comeria. Era sobre um boicote.
Eu inclusive pedi, educadamente, pra que ele não fizesse coisas assim, não tornasse nenhuma causa em infantilidade e se afastasse daquele tal Nikolas e a turma do bozo.
Ainda espero que consiga e que Moro não caia nessa armadilha novamente!
Têm, todos que fizeram a Lava Jato acontecer, meu maior respeito, mas há que se manter no caminho mais limpo possível!