#OPortoSeguroDeLula
A compra do Banco Master é uma demonstração de que os cofres públicos estão sempre prontos para salvar banqueiros de qualquer naufrágio
Será que tem alguma coisa errada com a venda do Banco Master ao BRB por R$ 2 bilhões? Não, não pode ser.
Deve ser apenas uma coincidência que um banco estatal esteja desembolsando R$ 2 bilhões para adquirir uma instituição privada atolada em irregularidades e ativos de baixa liquidez. Certamente não é um resgate financeiro disfarçado – é uma “estratégia de expansão brilhante” que, só por acaso, transfere o risco diretamente para os cofres públicos.
Dia desses, no Japão, Lula declarava que o Brasil é um “porto seguro” para investimentos.
Daniel Vorcaro, dono do Master, deve se sentir bastante seguro.
Como informa o editorial de O Globo, o BRB vai pagar essa dinheirama para “controlar” 58% do capital total do banco, mas vai levar mesmo só 49% das ações com direito a voto. Daniel Vorcaro vai continuar decidindo pelo banco. Quem não se sentiria seguro assim?
Mas, calma aí, Lula não tem nada a ver com isso.
Mantega promoveu, há meses atrás, um encontro entre Lula e Vorcaro, para que o rapaz banqueiro pudesse encontrar o porto seguro que tantos gostariam de ter.
Aquele dedinho que falta na mão esquerda, na verdade, tem vida própria e está em cada farsa e fraude que corre pelo país. Vou evitar o Power Point do Dallagnol dessa vez, mas ouço as vozes que dizem Lula pagou pelos seus crimes, aceitou ser preso e não fugiu. Que grande homem! Em seguida, depois dessas vozes, vem a imagem de Dirceu com a camisa do Corinthians dizendo que os mensaleiros nunca foram embora.
Como sempre, divago.
Até mesmo André Esteves, sobre o qual temos falado muito aqui no site, entrou em cena para mostrar que o negócio é bastante legítimo. Esteves propôs comprar o Master por 1 real. Isso mesmo, você não leu errado. Ele iria assumir o banco por 1 real e usar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para dar cobertura a todos os problemas de lastro que o Master tivesse, como informou Lauro Jardim.
Ocorre que os grandes bancos, que são os que mais participam do FGC, não concordaram em ser o porto seguro desse negócio.
Durante a gestão de Roberto Campos Neto no Banco Central, houve discussões sobre o FGC e a necessidade de limitar práticas arriscadas de bancos menores.
Em 2023, o Conselho Monetário Nacional aprovou uma nova regulação destinada a restringir a excessiva dependência dos bancos menores do Fundo. No centro dessa mudança estavam os CDBs de alta remuneração que eram as estrelas do marketing do Banco Master.
Embora a regulação tenha sido implementada gradualmente, ela impactou diretamente o modelo de negócios do Master, que dependia fortemente das captações do FGC.
O Master continuou com as mesmas estratégias, mas sem o repouso tranquilo do Fundo dos banqueiros, sabe como é, sobrou para você contribuinte feliz.
Vamos pagar 2 bilhões para o Master poder repousar no porto seguro. Afinal, ele já tem de lidar com tantas dificuldades. O banco enfrenta processos na CVM por manipulação de preços e operações fraudulentas, incluindo a sobrevalorização de um terreno com laudo falso. Além disso, a instituição classificava precatórios como ativos de baixíssimo risco (“AA”), mesmo com alta incerteza quanto ao recebimento. Vejam, correndo tantos riscos, quem não precisa de um Lula, com seu cofrinho público particular, para ser o porto seguro?
Em julho de 2024, Malu Gaspar revelou que a Caixa Econômica Federal havia rejeitado a compra de títulos do Master por risco reputacional e os gerentes que apontaram problemas foram destituídos de seus cargos.
A frente ampla de Lula atuou rapidamente para fazer da Caixa Econômica uma parte ainda mais segura do porto seguro dos banqueiros e empresários amigos.
Tarso de Tassis só pôde assumir o cargo porque o sarrafo das exigências curriculares desceu ao nível petista do dedo mínimo do molusco. Logo que Lula colocou os pés novamente na presidência, rapidamente ele negociou a Caixa com Arthur Lira e a mágica aconteceu: 9 das 12 vice-presidências do banco foram entregues ao centrão.
Mas voltemos ao Master.
Quem baterá o martelo nessa obra de arte do sistema financeiro será o Bacen. Conforme o site Metrópoles, Galípolo explicou que o documento sobre a compra do Master tem mais de 2 mil páginas. Sabem como é, na Praça é Nossa tudo precisa ser bem “explicadinho”, “nos seus mínimos detalhes”, como diria o personagem de Roni Rios. O Bacen fará a análise técnica do caso. Vão avaliar os riscos da transação e as condições de compra.
Será que o porto seguro de Lula tem um puxadinho no Bacen? Tantas dúvidas, suposições, hipóteses e narrativas virão... faça sua declaração de IR e anime-se, leitor!
Silvio Santos não morreu! Foi o mesmo Lula que aprovou a maracutaia monstro que salvou o insolvente Panamericano. Lula adora ficar sócio de bandidos e não pode ver a chance de dilapidar e assaltar cofres públicos, enterrando dinheiro bom em negócios péssimos. A compra da casa de agiotagem do Camelô do Baú é um dos negócios mais sujos da história. Ver a OI, a Sete Brasil, a Itaipu e tantas outras.
Banqueiros não, fontes de doação de campanha para o PT e seus aliados. Esse é o poder de Lula. eike, JBS, Empreiteiras, todos promoveram o fluxo de recursos do orçamento federal para crescer seus negócios, sem a menor preocupação com planejamento. Lula será reeleito se quiser porque tem os contatos, o judiciário é grande parte do PIB brasileiro no bolso. Quem controla a justiça controla o país. Não é de democracia que estamos falando há algum tempo.