#OPresidenteDoRealismoMágico
Na Colômbia, Gustavo Petro faz de conta que tem alguma imaginação, mas só quer poder ilimitado
Gustavo Petro, o presidente da Colômbia, está on fire em 2025.
No primeiro mês do ano, Petro foi ao X e saiu distribuindo tabefes verbais em Donald Trump, o Laranja que ocupa o Salão Oval na Casa Branca.
As declarações – alguém poderia dizer polêmicas, mas daí já seria mais um lugar comum – rapidamente ganharam o noticiário, sobretudo no chamado “Sul Global”.
Eis um trecho:
A Colômbia, agora, deixa de olhar para o norte e olha para o mundo. Nossa linhagem vem do sangue do Califado de Córdoba, a civilização daquela época; dos latinos romanos do Mediterrâneo, que fundaram a república e a democracia em Atenas; e dos resistentes negros que vocês transformaram em escravos. Na Colômbia está o primeiro território livre das Américas, antes mesmo de Washington. É lá que me abrigo, nos cantos africanos.
“Minha terra é de ourivesaria que existia na época dos faraós egípcios e dos primeiros artistas do mundo em Chiribiquete.
“Você nunca nos dominará. O guerreiro que cavalgava nossas terras, gritando por liberdade, chamado Bolívar, se opõe a isso.
“Nossos povos são algo temerosos, algo tímidos, são ingênuos e amáveis, apaixonados. Mas saberão recuperar o canal do Panamá, que vocês nos tiraram com violência. Duzentos heróis de toda a América Latina jazem em Bocas del Toro, atual Panamá, antes parte da Colômbia, que vocês assassinaram.
Seu bloqueio não me assusta, porque a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo. Sei que você ama a beleza, como eu. Não a desrespeite, e ela lhe oferecerá sua doçura.
A verborragia pseudoliterária do presidente colombiano, que certamente virará tema de prova de um vestibular de universidade federal ou mesmo tema de discussão de livro texto nas escolas de ensino médio que cobram mais de cinco mil reais por mês, foi uma resposta ao tarifaço de Trump: (tarifas emergenciais de 25% sobre produtos colombianos, com aumento para 50% em uma semana, além de proibir viagens e revogar vistos de funcionários do governo colombiano), que, por sua vez, reagia à decisão de Petro de não receber os aviões com deportados da Colômbia.