Ontem, enquanto Trump assinava decretos que enquadra quartel de droga como terrorismo e garante a liberdade de expressão do povo americano, muitos bolsonaristas e puxa-sacos oficiais do zumbi político Bolsonaro apareceram no Twitter X para lembrar que sempre sonhamos com um presidente que fizesse esse tipo de coisa e que o Lula jamais fez ou faria isso.
Eles se esqueceram de lembrar que Bolsonaro foi eleito prometendo fazer esse tipo de coisa, e também não o fez.
Quando eu disse isso no Twitter X algum lacaio tentou argumentar “Ele não fez nada disso porque o STF iria anular se ele fizesse".
A verdade é que quando Bolsonaro assumiu ele tinha a maioria do congresso a seu favor e toda opinião pública contra a oposição. Ele poderia ter trabalhado politicamente para que algumas coisas assim acontecessem por aqui, ou pelo menos poderia ter feito a sua parte para evidenciar que o problema não era ele. Mas o que Bolsonaro fez em seu mandato foi o exato oposto do que Trump fez na última noite.
Se ontem Trump assinou decretos que dificultam a vida de criminosos, Bolsonaro indicou ministro pro STF que soltou o Lula e outros criminosos. Também se orgulhou de ter acabado com a lava-jato.
Se Trump ontem tomou medidas que forçam o atual sistema a mudar de rota, Bolsonaro aqui literalmente abraçou o sistema, se declarou do centrão e fez acordos pessoais para que o seu filho não fosse investigado.
Se Trump ontem reforçou o direito de liberdade de expressão do povo americano, aqui Bolsonaro colocou o seu próprio governo para perseguir críticos.
Comparar o Bolsonaro com o Trump é como comparar o Supla com o Billy Idol.
Embora os patriotas brasileiros, como Eduardo Bananinha e Cia, não se ofenderam ontem quando Trump disse que não precisa do Brasil pra nada, podemos entender uma coisa:
Se para Trump o Brasil é descartável, imagine o que não é um trapo de homem que nem importância política tem mais.
Não é a toa que Michelle e Eduardo Bolsonaro não puderam entrar no Capitólio na posse de Trump.
Ao contrário do que eles tentam propagar em suas redes sociais, para o Trump, Bolsonaro e a sua família não é nada.
O mais educativo é observar a esquerda americana (e brasileira!) sutilmente (pero no mucho) condenando Trump pelo enquadramento de narcotráfico como terrorismo. Uai, sô, se não é terrorismo, é o quê? Narcotráfico é apenas uma das duas principais indústrias do terrorismo mundial (a outra obviamente é a de tráfico de armas). Basta ler Saviano.
Bostanaro é nada.