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#OReinoDaBomba (8)

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De quantas formas é possível explodir uma bomba atômica?

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jul 05, 2024
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[Leia a sétima parte do ensaio]

Por Vicente Renner

O Rei e A Bomba

Permitam-me recapitular de forma explícita o argumento que eu desenvolvi até aqui.

Na primeira parte do ensaio, argumentei que A Bomba é uma graphic novel internacional. Descrevi esse formato como uma tentativa dos quadrinhos de se legitimar como arte. Destaquei dois recursos utilizados para esse fim: a associação a formas de arte já estabelecidas, como a literatura; e a apropriação de elementos oriundos de arte anti-comercial.

Para mostrar que A Bomba é uma graphic novel internacional, comentei, na segunda parte do ensaio, que ele recorre a elementos de reportagem. Argumentei que o jornalismo em quadrinhos é um gênero bem estabelecido dentro do formato, e que existe uma tradição literária que retrata o uso e o desenvolvimento da bomba atômica dessa mesma forma.

Argumentei ainda que A Bomba também denuncia as injustiças das condições que levaram à produção da bomba atômica, o que é, novamente, algo presente na bibliografia literária sobre o assunto.

Finalmente, disse que A Bomba também mostra a explosão nuclear como a revelação de um outro plano da realidade. Esse outro plano da realidade é caracterizado pelo simbolismo e pela forma pela qual é graficamente representado. Argumentei que a hq faz isso valendo-se do mesmo estilo que foi utilizado por diversos poetas japoneses que sobreviveram à explosão, o surrealismo.

Essas diferentes facetas da bomba, no entanto, se relacionam umas com as outras de uma forma inesperada.

Como reportagem e como denúncia social, A Bomba se torna por momentos uma hq burocrática e excessivamente literal. Muitas dessas páginas são de cabeças: personagens se explicam mutuamente detalhes técnicos ou circunstâncias históricas, de forma expositiva e direta. Como arte surrealista, no entanto, A Bomba é imaginativa, ambiciosa e até mesmo assombrosa.

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