Não É Imprensa

Não É Imprensa

#OSemearPoético

Ventos de muito tempo sobre pedras: a obra de Yehuda Amichai

Avatar de Vivian Schlesinger
Vivian Schlesinger
nov 10, 2025
∙ Pago

Em 1924 nasceu Ludwig Pfeufer no coração da Alemanha, em uma grande família judia ortodoxa ali assentada havia séculos. Era uma região de forte presença judaica onde pogroms já eram uma tradição desde o tempo dos Cruzados. A despeito da participação da família Pfeufer no exército e nas guerras como bons alemães, sofriam ameaças antissemitas desde sempre. Sabiam que sua segurança era ilusória. Em 1936, pouco depois de Hitler subir ao poder, a famíia toda emigrou para a então Palestina, território sob mandato britânico. Os Pfeufer falavam alemão em casa mas já eram fluentes no hebraico antes de emigrarem, o que ajudou Ludwig, com 12 anos, a adaptar-se rapidamente à nova nacionalidade.

Com 15 anos incompletos o garoto integrou-se ao Palmach, força de elite da Haganá, exército underground de uma nação que ainda não tinha status de estado. Em 1939, com o advento da segunda Guerra Mundial, alistou-se no exército britânico. Foi nesse período que, ao ajudar a desvirar uma biblioteca ambulante tombada, encontrou livros de poesia de Auden, Dylan Thomas e Eliot e descobriu um mundo novo. A aproximação à poesia causou mudança tão importante em sua vida que adotou um novo nome, Yehuda Amichai, “Meu povo vive” em hebraico, adequado, segundo ele mesmo, por ser ao mesmo tempo socialista, sionista e otimista.

Esta publicação é para assinantes pagos.

Já é um assinante pago? Entrar
© 2025 Não é Imprensa
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece seu SubstackObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura