Começamos mais um ano. E, com ele, um novo ciclo de esperanças e metas. É algo um tanto patético que, de um dia para o outro, tudo possa mudar? Sim. Afinal, o que uma nova translação da Terra ao redor do Sol altera em nossas vidas? Nada, é verdade. Só que, como animais, somos produtos da evolução na savana africana.
Estamos acostumados com ciclos baseados em noites e dias, com velocidades de gazelas e leões correndo. Tudo aquilo que é muito grande ou muito pequeno, muito rápido ou muito devagar não nos é tangível fora da experiência científica. Isso é chamado pelos biólogos evolucionistas de “maldição da mente descontínua”. Como não conseguimos enxergar o mundo pela continuidade, criamos divisões discricionárias: quando alguém faz 18 anos, torna-se um adulto; quando alguém faz 60 anos, torna-se um idoso; quando a Terra termina o ciclo de um ano sideral, mudamos a data em nosso calendário.