“As pessoas já não sabem como viver, e isso é dizer o mínimo. O caos é tão absoluto, a angústia tão generalizada, que nenhum modelo de comportamento herdado dos séculos anteriores parece aplicável aos dias atuais.”
Michel Houellebecq
Na cidade de Nova Orleans a celebração pelo ano novo foi maculada pela maldade.
Usando uma camionete como arma, Shamsud-Din Jabbar, um veterano do exército americano, entrou com o veículo em uma das principais avenidas da cidade, que recebia uma multidão, atropelando e matando dezenas de pessoas. Após bater seu carro, Jabbar trocou tiros com a polícia e foi morto no local.
No carro encontraram uma bandeira do Estado Islâmico, grupo jihadista que em 2015 realizou um dos mais brutais ataques terroristas na Europa, quando no dia 13 de Novembro massacrou centenas de pessoas na cidade de Paris. Jabbar, nascido e criado no Texas, é mais um caso que desafia analistas e palpiteiros ideológicos.
Assim como o jovem assassino de Brian Thompson, Luigi Mangione e o médico de origem saudita, Taleb Al Abdulmohsen, que também usou um veículo para atropelar e matar na noite de natal na Alemanha, Jabbar é mais um sintoma de uma crise mais profunda e complexa do que imaginamos.