A notícia acima, publicada ontem, me lembrou de algo que escrevi lá no meu outro site, ainda no distante dia 12 de maio de 2023.
Como aqui, felizmente, não é imprensa, então me permito a autocitação (para não dizer o autoplágio) e reproduzo o que escrevi a um leitor (Victor Brongel), que me perguntou o seguinte:
Martim, tenho duas perguntas.
A primeira. Os intelectuais públicos e jornalistas, outrora críticos ao lulopetismo - Vera Magalhães, Villa, Reinaldo Azevedo - agora defendem que eles são os bastiões da democracia. A defesa deles consiste em um "Nós contra eles 2.0", ou seja, qualquer um que faça uma crítica razoável, correspondente aos fatos e articulada contra o lulopetismo é rotulado de fascista, radical e golpista. Acha que essa atitude deveras sórdida irá, novamente, alimentar uma nova "revolta do subsolo" 2.0?
A segunda pergunta é baseada no seu ensaio “Grilhões do passado”. Estes mesmos intelectuais outrora críticos ao petismo e que foram também do cordão sanitário, terão que em futuro próximo escolher ficar do lado do autoritarismo petista e identitário - que recrudescera - ou começar a criticá-los - uma vez que, de fato, será o que eles tanto enunciam cinicamente e hipocritamente como “defesa da democracia”. Acha que eles, pela covardia, pela vaidade, canalhice e devoção a Mammon - tudo isso que eles já fazem -, irão ficar do lado da turma do “duro acerto de contas” e acabar igual a todos os jornalistas e intelectuais bolsonaristas - ou seja, passarem a defender o rompimento definitivo de qualquer ordem republicana?