Da pequena clareira, a trilha de terra batida fazia uma curva angulosa e seguia morro acima, sumindo entre jequitibás, palmeiras e as bromélias muito vermelhas que cortavam o verde-musgo da mata. Embora fosse ainda começo da manhã, o calor opressivo já se expandia em ondas que pareciam brotar do chão, roubando o ar.
Guto enxugou a testa com as costas da mão e abriu a mochila, à procura da garrafinha de água. A camiseta branca estava quase transparente de suor, colando no seu peito magro de criança. Ele acabava de completar treze anos e tomou um gole.
“Já estamos perdidos, Guto?”