#ParódiaDoBrasil
Na semana que antecede o encontro das águas do Oscar com o Carnaval, Marcelo Rubens Paiva vive a dor e as delícias do país
Euclydes da Cunha, autor de “Os Sertões”, escreveu que o sertanejo é, antes de tudo, um forte.
É certo que ele não estava falando do nativo que, em 2025, tem vivido fevereiro na espera de março chegar. Ainda assim, a mensagem acaba, por vias tortas, representando os brasileiros, mesmo aqueles festeiros que têm hipotecado os dois primeiros meses do ano para viver uma alegria que vai acabar na quarta-feira.
Nada disso mudou, só que, neste ano, a expectativa é de outra natureza, com a pororoca do Oscar e do Carnaval no dia 2 de março, logo na semana que vem.
Há um clima de expectativa gigantesco no ar – e, assim, a cobertura da imprensa bem tenta isolar a festa das outras mazelas do país: o Carnaval de 2025 com Fernanda Torres como rainha simbólica e o filme Ainda Estou Aqui são a peça de resistência à escalada dos preços do café e do ovo; ao aumento da criminalidade (com roubos seguidos de morte se normalizando, embora o Estado diga que está tudo bem); tudo isso sem mencionar o calor insuportável, e suas chuvas quase sempre trágicas, desse verão sem fim.
Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que deu origem ao filme que agora concorre ao Oscar em três categorias, achou que era uma boa ideia ir aos festejos do Acadêmicos do Baixo Augusta. O escritor é porta-estandarte do bloco há 16 anos e, de acordo com a “Folha de S.Paulo”, esse é um dos motivos para “a torcida fervorosa da região do Baixo Augusta pelo sucesso da premiação”.
Só que, de acordo com o jornal, o clima de festa foi contrastado por outro tipo de reação.