#PassouDoLimite
Se o Brasil tem a capacidade de empurrar alguém, com certeza será em direção ao abismo.
Míriam Leitão já virou meme de tanto que escreve sobre o governo e o Brasil com uma ótica, vamos dizer assim, otimista, quase panglossiana ou, pra quem prefere Eleanor H. Porter a Voltaire, “polianista”. Ela é uma espécie de Diogo Mainardi do “Mundo Invertido”. Se esse último destila ceticismo, para não dizer pessimismo, ao descrever a política petista, para aquela sobra euforia diante dos desmandos governistas. Há dias, entretanto, que Míriam passa do limite até para os padrões de Míriam. Hoje foi um desses dias.
Numa entrevista com o economista Winston Fritsch, a coluna da jornalista tenta mostrar como o governo brasileiro "mudou de rota" na questão ambiental e destaca algumas frases de Fritsch ao afirmar que o Brasil pode “empurrar o mundo na direção certa.”
Primeiro ponto: o Brasil é sempre Brasil, seja com Lula ou Bolsonaro. Dizer que o governo mudou de rota, quando morreram mais indígenas no ano passado do que no último ano do governo Bolsonaro, parece, no mínimo, uma incoerência. As mortes dos yanomamis subiram 6%. As principais causas foram desnutrição e malária. Os casos da doença transmitida pelo mosquito Anopheles praticamente dobraram entre a população indígena. Isso sem falar nas queimadas recordes desse ano nos biomas brasileiros. Segundo o INPE, o pantanal teve o primeiro semestre com o maior número de queimadas desde 1988 e a Amazônia, o maior número desde 2004.