#PatrimônioXandônico
Instituto + Imóveis + Toga = feijoada patrimonialista com pizza de impunidade
Alexander Joseph Luthor, mais conhecido como Lex Luthor, é o vilão careca do Superman.
Lex também é o termo latino para Lei.
E, no Brasil, onde tudo se mistura tropicaliciosamente para virar feijoada e pizza de abacaxi, Lex é o nome de um Instituto de educação jurídica que não ensina nada, mas coleciona apartamentos, terrenos, carros e tudo o mais que couber no cofrinho.
Fundado em 2000 pelo supreme Alexander, em 2013, o Instituto Lex passou oficialmente para o nome de sua esposa, Viviane Barci, e de seus filhos. Segundo Malu Gaspar, a sede do Lex é no mesmo endereço do escritório de Viviane.
As transferências de patrimônio para o instituto se concentraram principalmente em 2014, ano em que o, ainda sem toga, Lex de Moraes, cogitava disputar um cargo eletivo em São Paulo. No ano seguinte, ele se filiou ao PSDB e se tornou Lex tucano.
Malu Gaspar lembra que Moraes já tinha sido secretário de Justiça de Geraldo Alckmin (2002–2005), depois membro do Conselho Nacional de Justiça, e, em 2007, uma espécie de “supersecretário” de Transportes de Gilberto Kassab. Saiu em 2010, voltou à advocacia privada e, em 2015, reassumiu um posto no governo Alckmin, desta vez como secretário de Segurança Pública.
Foi nesse período que Viviane Barci assumiu o CNPJ do escritório do marido e o rebatizou de “Barci de Moraes”. No mesmo imóvel controlado pelo Lex – o Instituto.
Pouco mais de um ano depois dessa “reorganização societária”, veio o impeachment de Dilma Rousseff. Moraes foi chamado por Michel Temer para o Ministério da Justiça e, menos de 12 meses depois, indicado ao Supremo Tribunal Federal, após a morte de Teori Zavascki.
Enquanto isso, o Lex engordava seu cofrinho, mesmo sem prestar nenhum serviço. Terrenos em São Roque, apartamentos em Campos do Jordão, imóveis no Jardim Europa e até um apê no Guarujá com vaga para barco (vendido no ano passado).
Ao todo, segundo a apuração da colunista, 11 imóveis foram declarados, somando R$ 12,4 milhões.
Mas Igor Gadelha, do Metrópoles, ficou curioso e foi investigar - a imprensa respira com aparelhos no Brasil, mas ainda resiste. Ele descobriu que o Lex adquiriu recentemente uma mansão de R$ 12 milhões em Brasília.
A escritura de compra e venda da mansão foi assinada por Viviane em um cartório de Brasília há menos de 15 dias. Segundo o documento, o imóvel foi pago à vista, sem financiamento, da seguinte forma:
R$ 6 milhões “a título de sinal”, por meio de transferências bancárias para a proprietária da casa e para os corretores de imóveis envolvidos na transação; e
R$ 6 milhões na data da assinatura da escritura, também por meio de transferência bancária, diretamente para a dona do imóvel.
Viviane Barci deve ter economizado esse dinheirinho pegando caronas e mais caronas nos voos da FAB nesses últimos anos. Você também fica feliz em contribruir para o cofrinho da família Lex?
Malu Gaspar também pesquisou o Instagram do Lex.
Criado em 2017 e abandonado no mesmo ano, é tão estranho quanto parece.
A gente não tem como saber ao certo se a excelência jurídica vem do IDP do Gilmar, ou do EPD de São Paulo. Talvez, um mix, um strogonoff de coraçãozinho de galinha com quiabo... Mas este foi o último post do falecido projeto de excelência...
O perfil ficou esquecido no fundo da gaveta digital até esses dias. Os mais de 300 comentários surgiram agora, são dos debochados de plantão que foram compartilhar figurinhas de Trump, quase como se jogassem uma granada e saíssem correndo. Tudo na mais perfeita maturidade.
O fato é que o Lex é um instituto de “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial” que não tem registro público de nenhum curso realizado. Uma pizza de abacaxi com catupiry...
O supreme Lex de Moraes que imaginava que a magnânima Magnitsky era só uma magnishit... agora está com o Lex na mira.
O Pinky Banana e o Cérebro Figueiredo, que andam em campanha nos EUA para simultaneamente salvar Jair, lançar uma bomba no Brasil e conquistar o mundo, estão entusiasmadíssimos. Dizem que o Instituto Lex é o trunfo para destravar as sanções contra o Lex de Moraes antes mesmo do fim do julgamento.
Enquanto isso, senadores boçalnaristas tratam as denúncias de Tagliaferro como um apresentação de escola, em que cada um precisa falar, para receber nota da professora.
Na coletiva do dia 9, os senadores mostraram uma perícia que atesta a adulteração da data do documento que justificou a operação de busca e apreensão da Polícia Federal contra empresários que, em grupo privado, amaldiçoaram a vitória de Lula.
A maioria dos jornais ignora a situação, ou simplesmente não dá o devido valor à gravidade da denúncia. O supreme Lex faz notinhas dizendo que tudo ocorreu na mais perfeita ordem em Sucupira e a vida segue.
Na verdade, a pizza com feijoada de strogonoff do Brasil, tem de tudo, menos a Lex do latim.
Dura Lex "sede" da lex. Só com LEXotan pra aguentar....
Belo texto. Nada surpreende mais neste País.