Pedro Doria é um daqueles jornalistas que afirmam categoricamente que são Defensores da Democracia.
É uma espécie de slogan com efeito cacofônico muito parecido com o que sai dos auto-falantes dos carros que anunciam a Pamonha de Piracicaba.
Mas a Democracia é uma coisa um pouco mais complexa do que os raciocínios débeis do nosso reprimível repórter.
1. Numa democracia, a intenção dos Recursos é exatamente ganhar o direito de desobedecer a ordem de um juiz, considerada injusta, ilegal, viciada, etc. Portanto, não faz o mínimo sentido afirmar que “juiz dá a ordem, a gente obedece”. Neste caso específico do Twitter/Elon Musk, a própria imposição de multa estabelecida pela sentença contempla a possibilidade do seu não cumprimento. Mesmo porque, se alguém cumpre imediatamente a ordem de um juiz, mesmo considerando-a injusta, ilegal, viciada, etc, o recurso perde totalmente a razão de ser.
2. Numa democracia, todo cidadão tem o direito de discordar das leis do seu país e tentar mudá-la. Assim, afirmar que “se você discorda das leis de um país, pode deixá-lo” é flertar com a ideia de que temos que aceitar, necessariamente, o arbítrio. Diferente de uma ditadura, numa democracia as normas sociais são dinâmicas e podem ser questionadas pelos cidadãos a qualquer momento, a ponto de a jurisprudência poder ser mudada, as leis serem revogadas e até mesmo substituídas.
Logo, aceitando o arbítrio judicial dos inquéritos ilegais e cheios de irregularidades do STF, a Defesa da Democracia de Pedro Doria se configura apenas como a Pamonha de Piracicaba de um Repórter Reprimível.
Na verdade, ninguém está realmente lutando por democracia, mas apenas querendo impor a própria tirania – ainda que seja apenas uma retórica preguiçosa.
"Na verdade, ninguém está realmente lutando por democracia, mas apenas querendo impor a própria tirania" - resumo perfeito.
Siga minha democracia ou te coloco na cadeia, desmonetizo e caço sua voz nas redes sociais e te encho de multas impagáveis !! Tudo pelo amor 🥰