#PoderesDoFutebol
As disputas político-partidárias ocupam de vez os gramados e jogam até a paixão futebolística do brasileiro na lama
A situação envolvendo Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e o instituto de Gilmar Mendes está longe de ser um tema recente ou inédito.
Embora a revista Piauí tenha apresentado novas perspectivas e informações sobre o caso, não foi a primeira a “levantar essa bola”.
A matéria gerou ainda mais impacto, depois do afastamento dos jornalistas da ESPN. Confiantes na narrativa de que os jornalistas são livres para falar sobre qualquer assunto, eles levantaram questões sobre a influência política na gestão da CBF. Abordaram também o contrato de 10 anos entre a entidade futebolística e o instituto de Gilmar.
O contrato do instituto com a CBF foi firmado em agosto de 2023, logo após o fracasso da seleção feminina eliminada na Copa Mundo.
Portanto, quando Ednaldo Rodrigues assinou o contrato com o filho de Gilmar Mendes, ele já estava sofrendo inúmeras críticas à sua atuação. Em áudio “vazado” para a imprensa, Ricardo Teixeira o chamava de um nada absoluto.
Um dos críticos da administração de Ednaldo era Fernando Sarney, filho dele mesmo, o José Sarney. Ednaldo foi indicado pela Conmebol em substituição a Fernando Sarney, vice-presidente da CBF na gestão de Ednaldo, que ocupava cadeira na Conmebol desde novembro de 2015. Sarney chegou a dizer que Ednaldo era um traidor ingrato.
O afastamento de Ednaldo Rodrigues, em dezembro de 2023, foi fundamentado na alegação de irregularidades ocorridas durante a eleição realizada em março de 2022.
Após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ednaldo recorreu ao STJ, mas teve o recurso negado.
Ainda em dezembro de 2023, Otto Alencar (PSD-BA) contou com o apoio de Jaques Wagner (PT-BA) para ajuizar uma ação no STF a favor do amigo baiano Ednaldo. Foi por amizade. A ação foi para as mãos de André Mendonça que negou a liminar.
Em janeiro de 2024, a mágica aconteceu. Outro partido político saiu em defesa de Ednaldo, para mostrar definitivamente que a CBF é apartidária e não tem nada de ingerência política. O PCdoB entrou com uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade), justificando que a decisão do tribunal do Rio prejudicaria o futebol nacional.
Claro que, na ação, não deve ter sido mencionado que prejudicaria também o secretário-geral, Alcino Reis Rocha, ligado ao partido e que já ocupou cargos no Ministério do Esporte de Lula e na gestão de Haddad em São Paulo. Alcino Rocha, como secretário-geral, era o braço direito de Ednaldo Rodrigues.
Seria natural que a presidência do STF, ou seja Barroso, encaminhasse o pedido do PCdoB de volta para André Mendonça. Mas é claro que isso não ocorreu. Então, a presidência optou por um sorteio que, milagrosamente, levou o caso para Gilmar Mendes. E eis que Ednaldo voltou ao seu cargo.
Sabem quem mais deu uma mãozinha para defender Ednaldo?
Sim. Lula encaminhou um parecer de quase 20 páginas, favorável a Ednaldo, para o STF, depois da recondução promovida pela decisão de Gilmar.
Muitos veículos noticiaram o “possível” conflito de interesses nessa decisão de Gilmar Mendes. Mas no Brasil, quando se trata de certas autoridades, nunca há conflito, só há mesmo interesse.
Reunindo todos esses Poderes, Ednaldo Rodrigues evidentemente foi reeleito como presidente da CBF em março deste ano. A federações estaduais nem quiseram ouvir as propostas de Ronaldo Fenômeno, afinal não se trata de privilegiar um fenômeno do futebol nesse caso.
Uma outra curiosidade, que certamente não tem nada a ver com todo o imbróglio – longe de nós sugerir puxar uma pena para receber uma galinha –, é que nesse processo todo, um presidente de uma federação inexpressiva no cenário nacional foi alçado à vice-presidente da CBF.
Ednailson Rozenha é deputado estadual, eleito em 2022 com apoio de Omar Aziz, aliado muito leal de Lula.
Rozenha assumiu a presidência da Federação Amazonense de Futebol (FAF) em janeiro de 2023, após ser eleito em assembleia geral realizada em junho de 2022. Sua eleição foi convocada pelas ligas de futebol do interior e por cinco clubes da capital e marcou o fim de 32 anos de gestão de Dissica Valério Tomaz à frente da FAF. Depois de 32 anos dirigindo a Federação, alguém percebeu que a gestão de Dissica Tomaz tinha problemas financeiros.
Rozenha, no entanto, subiu como um foguete e já está na CBF.
Mas ele é só a pena da galinha que nós não encontramos, nem queremos encontrar.
Um dos clubes da FAF é o Parintins, cujo dirigente é Luis Claudio Lula da Silva.
Não viaja na maionese, leitor, isso certamente não tem nada a ver com nada, afinal o filho de Lula só assumiu o cargo em 2024. Ainda que o convite tenha sido feito pouco depois de Sung Un Song – um empresário muito conhecido em Manaus – adquirir o clube em 2021... Certamente, tudo isso é só coincidência. Só estamos chutando a bola, assim, sem direção, igual nossa seleção tem feito.
Brasil é uma enorme favela, em todos os sentidos... que lixo de país
O nome do regime brasileiro é lulopetismo estrutural.
Nao ha diferenca do que ocorre na CBF (vagabundo eleito por benesse do STF com compra de votos e apoio da imprensa aliada) com o que ocorre no Brasil. O interesse não é melhorar o desempenho do país no mercado global, mas enriquecer os aliados.
Não por acaso, o presidente do senado é do AP e da camara da PB. Os maiores estados do país em termos de população nem de longe sao eleitos.
Ok. Entendemos. Lulopetismo estrutural é o nome da desgraça que destrói o BR.