As duas eleições que afetam a cabeça do brasileiro - a municipal, em particular São Paulo, e a dos EUA - têm as seguintes ideias absolutamente irracionais:
No caso brazuca, a ideia da direita é que Guilherme Boulos é basicamente o Anticristo; a da esquerda é que Pablo Marçal é o retorno do fascismo; e a da imprensa e seus apaniguados é de que o único sujeito que pode impedir o dilúvio é Ricardo Nunes e seu “bolsonarismo moderado” (de acordo com seu profeta, Joel Pinheiro).
Já no caso americano, Donald Trump é o grande infiltrado da KGB putinista (além de ser a eterna “ameaça à democracia”) e Kamala Harris seria a representante de uma nova era que, no fundo, é a continuação da Pax Obâmica, devastada depois do pleito de 2016, com a derrota de Hillary Clinton.
Em ambas as situações, há uma outra ideia, desta vez aparentemente racional, mas que é tão ilusória quanto uma nota de três reais: a de que os debates entre os candidatos são importantes.