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Depois dos romance entre Putin e Trump no Alasca, a Europa em peso decide acompanhar Zelensky à Casa Branca
Líderes europeus decidiram acompanhar Zelensky na reunião marcada para esta segunda-feira, 18 de agosto, na Casa Branca. A presença deles é uma tentativa clara tanto de evitar que Trump repita o confronto da reunião de fevereiro, quanto mostrar que o caminho para um acordo passa necessariamente pelos aliados que certamente não serão recebidos com um tapete vermelho.
Estarão ao lado de Zelenskyy: Emmanuel Macron (França), Friedrich Merz (Alemanha), Keir Starmer (Reino Unido), Giorgia Meloni (Itália), Alexander Stubb (Finlândia), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e Mark Rutte (OTAN).
A comitiva quer garantir que qualquer proposta de paz leve em conta os interesses europeus. É a primeira vez que Putin concordou que os EUA e seus aliados europeus poderiam oferecer à Ucrânia uma garantia de segurança semelhante ao mandato de defesa coletiva da OTAN como parte de um eventual acordo para encerrar a guerra. Como Putin não cumpre acordos, essa condição é essencial para a Ucrânia ter melhores meios de se defender em ataques futuros.
A Ucrânia nunca teve uma proteção formal semelhante ao Artigo 5 da OTAN, se esse tipo de garantia for incluído, o cenário da defesa muda radicalmente. Isso transforma qualquer futura agressão russa em um risco de confronto com potências ocidentais. Algo que Putin evitou até agora.
Zelensky deixou claro que qualquer negociação com a Rússia deve partir da atual linha de frente da guerra. O que demonstra que ele está disposto a, diante da garantia de segurança, negociar concessões territoriais dentro do espaço já está ocupado pela Rússia.
Conceder território é lamentável e injusto com os ucranianos que sofreram uma invasão covarde e ainda terão que admitir que o invasor ganhe algo com isso. Por outro lado, se essa garantia de segurança se confirmar, a Ucrânia terá uma espécie de escudo coletivo que nunca teve. O pedaço de território servirá para Putin vender à população russa a imagem de grande vencedor. Servirá também para que ele possa conter uma crise econômica iminente – 40% do orçamento público é drenado pela guerra, há escassez crescente de armamentos, e novas sanções podem aprofundar o colapso. Mas o vizinho “perdedor” sairá armado com alianças que antes lhe eram negadas. Seria uma paz imperfeita para Ucrânia, mas com dentes.
Se realmente houver um acordo como o descrito no texto, creio que surgirá um Estado ucraniano muito forte, principalmente em termos militares, com mais experiência de combate do que até mesmo a China. O que os ucranianos fizeram e estão fazendo não é pouca coisa. O próprio Putin não esperava isso. E não venham me dizer que foi apenas pela ajuda ocidental. Nos primeiros meses de combate estavam sozinhos com o Biden e União Europeia apenas jogando palavras ao vento. SLAVA UKRAINI.
Muito boa essa análise. Neutra e incontestável. O único ponto que me parece sujeito a interrogações é o relativismo entre vencedor e vencido. Eu, por exemplo, tenho a impressão que sem o apoio ocidental a Ucrânia estaria completamente derrotada. Abraço