Nossa primeira live, ontem à noite, no Twitter, atraiu uma quantidade mirabolante de espectadores - mais de sessenta e cinco mil até agora. Ao mesmo tempo, foi um fiasco comercial vexaminoso. Dito de outra maneira: demos uma surra de popularidade no programa bancado pelo DIP lulista, “Conversa com o ex-presidiário”, mas o faturamento foi menor do que o de um único curso de treinamento para vereadores oferecido pela gangue bolsonarista.
Os espectadores vieram sobretudo por um motivo: Danilo Gentili. O fiasco comercial, por outro lado, teve um monte de causas. A primeira, claro, é que o site desperta algum interesse, mas não a ponto de levar o leitor a enfiar a mão no bolso. A culpa é nossa. A segunda causa é mais geral: a internet oferece um excesso de conteúdo grátis. A terceira causa, sobre a qual já escrevi aqui no site, é que a imprensa provoca tanta repulsa que as pessoas não estão dispostas a sustentar nem quem patrulha a imprensa.
O resultado é que este site tem mais pinta de diversão do que de trabalho. Não interprete isso como um lamento, por favor. Quem tem o dever de viabilizar o empreendimento somos nós, não os leitores. Meu único temor - e é o tema deste post - é que no futuro a imprensa dependa ainda mais do aparato estatal, com financiamento clandestino. Em vez de melhorar, vai piorar. Os jornais precisam ser torpedeados o tempo todo, mas não podem virar a Mynd8.
Se quiser, hoje à noite faremos mais uma live, nas páginas de Instagram do Danilo Gentili e do nosso site. Vai ter um bocado de gente e nenhum tutu.
Acho que pode ter uma explicação ainda mais simples. O Substack é uma plataforma muito desconhecida do público brasileiro, que não costuma migrar de uma para outra (ex.: Twitter). Isso aqui ainda é território americano, muito pouco global. Tem perfis que falam de medicina com mais de 70.000 pessoas. Acho que é questão de tempo para se firmar como plataforma.
Vendo meu passado, relembrado pelo Facebook, me deparo com a frase que define este local.
Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.
Continuem sendo jornalismo, mesmo não sendo imprensa.