#RealityShowNoSalãoOval
O presidente dos EUA e o presidente ucraniano protagonizaram um espetáculo grotesco na Casa Branca. Quem tem mais a perder?
Por que o senhor não usa um terno?
O senhor é a maior liderança no seu país neste ambiente e, ainda assim, se recusa a usar um terno.
O senhor tem um terno?
Zelensky: É, eu estou com problemas.
Muitos americanos têm problemas e, ainda assim, usam um terno em ocasiões assim.
Zelensky: É, eu não tenho... Eu vou usar terno quando essa guerra terminar. Talvez como o seu, talvez até melhor, eu não sei. Talvez algo mais barato.
Talvez esta tenha sido a trocação mais educada que houve no pugilato verbal de ontem, envolvendo Vladimir Zelensky, o presidente ucraniano, e Donald Trump e seu staff (também estavam presentes JD Vance, o vice; e Marco Rubio, o Secretário de Estado, entre outros).
Em condições normais de temperatura e pressão, encontros assim, com a presença da imprensa, devem trazer declarações protocolares, apertos de mão e fotos e imagens para os telejornais do dia seguinte, nada fora do script.
A roupa suja se lava a portas fechadas ou nos telefonemas, daí a surpresa de muita gente quando, há mais ou menos 15 anos, o Wikileaks vazou o conteúdo dos telefonemas e dos encontros a portas fechadas.
Muita gente achou aquele espetáculo era feio e grotesco.
Pois no mundo invertido de 2025 foi exatamente o feio e o grotesco que apareceram nas mídias sociais e, mais tarde, nos telejornais.
Pela primeira vez em muito tempo, a audiência global assiste à política como ela é, sem a linguagem sugestionada dos diplomatas, que, depois, correm para vazar aos repórteres o que as reuniões dos bastidores trouxeram. É assim que analistas políticos conseguem vantagem para cobrir política internacional.
Só que ontem Trump transformou a reunião em um episódio do reality “O Aprendiz”.