O assassinato de Iryna Zarutska — refugiada ucraniana covardemente com facadas no pescoço por um supremacista negro que se gabou de “pegar a garota branca”— é o retrato cruel de um mundo que perdeu qualquer bússola moral. Dias depois, em Minnesota, uma escola católica transformou-se em palco de massacre: crianças executadas durante suas orações na igreja da escola em que estudavam, dezenas de feridos, famílias destroçadas. E, como se não bastasse, o assassinato de Charlie Kirk, alvejado no pescoço por um atirador militante durante um evento em Utah, encerrou de vez qualquer ilusão de estabilidade ou ordem do real: nem o debate político, já contaminado pelo ódio, conseguiu sobreviver sem sangue.
Esses três episódios — a morte de Zarutska, o massacre em Minnesota e o assassinato de Kirk — não se conectam por geografia ou motivação. Conectam-se pelo que têm de mais perturbador: a ausência de sentido.