#RouboParaTodoLado
Manipulação de gravações transforma aposentados em cúmplices do próprio prejuízo
Um escândalo do escândalo. Fraude da fraude. O roubo que se multiplica. Pessoas que já haviam sido lesadas pelo INSS e por entidades associativas, buscam o ressarcimento e são surpreendidas por uma nova camada de falsificação.
A fraude da fraude que atinge aposentados já acontecia antes, com a comercialização de dados pessoais no mercado ilegal, por cerca de R$ 50 cada.
Empresas contratadas por associações, como a Balcão das Oportunidades Serviços Administrativos Ltda., entram em contato com os beneficiários oferecendo cancelamento de descontos ou serviços adicionais. O objetivo é fazer com que o aposentado diga palavras como “sim” ou confirme dados, sem saber que essas frases serão recortadas e reutilizadas. Só falta solicitarem: Diga “Sim” se não quer ser roubado.
A gravação original é editada por equipes especializadas que montam diálogos fictícios, nos quais o aposentado supostamente autoriza sua filiação a uma entidade, legitimando assim descontos em sua aposentadoria.
Esses áudios manipulados são então apresentados como prova de consentimento, tanto ao INSS quanto à Justiça. O INSS já afirmou que não os aceita como válidos e juízes têm rejeitado seu uso em processos, apontando falsidade e ausência de consentimento legítimo. Ainda assim, as associações seguem utilizando essas gravações como escudo para manter a arrecadação, fingindo legalidade.
Segundo reportagem do Metrópoles, a Balcão das Oportunidades recebeu R$ 9 milhões da Ambec para editar esses áudios, e seu operador central, Maurício Camisotti, está no centro das investigações, suspeito de faturar mais de R$ 40 milhões com o esquema.
Um ex-funcionário revelou ao site que a lógica do negócio era vender milhares de seguros, sabendo que apenas uma pequena parte reclamaria e os demais gerariam lucro em silêncio.
Diante da prova forjada, a exigência recai sobre o aposentado, que precisa provar que não autorizou aquele desconto. E como a associação terceiriza todo o processo, quando é cobrada, transfere a culpa para a empresa privada: “se algum tipo de fraude e/ou vício de consentimento houve, tal conduta ocorreu no momento da prospecção e afiliação de novos associados, atividade essa prestada por empresas privadas e não pela AMBEC. Se qualquer fraude ocorreu, a associação é tão vítima quanto seus associados”.
No meio disso tudo, o cidadão é orientado, por parte da imprensa, a “ficar atento”, “verificar descontos” e “consultar extratos”. Como se o problema estivesse na ingenuidade do aposentado e não na perversão institucional que permite esses descontos no benefício do INSS e exige do beneficiário a prova de que não autorizou ser roubado.
O PT já é uma fraude por sí só e os cumpanhero sabem que tem licença para roubar porque o chefe da quadrilha é um ótimo exemplo de que o crime compensa.
Nem um pio do STF sobre as fraudes contra os aposentados.