#Sátántangó(3)
No livro de Laszló Krasnahorkai há um outro nível de pareamento entre estrutura e função, como indica o título, que quer dizer tango de Satã
Parte 3
Sátántangó é um soco no estômago que você irá gostar de receber. Como qualquer obra de valor, este romance não surge no vácuo. Laszló Krasnahorkai (LK) está imerso em uma rica cultura literária que vale a pena conhecer, no mínimo as obras desde o início do século 20. Os autores que mais se destacam do período pré-Segunda Guerra Mundial, como Sandor Márai e Lajos Zilahy, mostravam um interesse na vida da burguesia e da dificuldade em abrir mão das tradições e pompa que até então os davam grande status social. Alguns já começavam a apresentar os conflitos dos indivíduos com a sociedade, frequentemente em um panorama de miséria e injustiça. Após a Segunda Guerra, especialmente no período entre 1948 e 1953, muitos autores foram encurralados no silêncio devido à tentativa do regime de introduzir o Realismo Socialista como o único estilo correto e método criativo. Essa repressão ocorria em todos os campos de atividade, não só artística, mas eram os artistas, especialmente os escritores e jornalistas, que maior resistência ofereceram, portanto, os mais perseguidos.
