Foi Nélson Rodrigues quem escreveu que o brasileiro sofria do complexo de vira-lata. Segundo o jornalista e dramaturgo, era a inferioridade que o brasileiro se colocava, voluntariamente, em face do resto do mundo.
Foi a vitória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958 que fez o país superar o “viralatismo”.
Embora a Seleção Brasileira não esteja vivendo um momento de conquistas, o ex-chanceler Celso Amorim parece decidido a não deixar o viralatismo voltar. Amorim ocupa hoje o cargo que até dezembro de 2022 era de Filipe Martins, hoje convertido em Frei Caneca dos bolsonaristas. Mas isso é outra história.
E por que Celso Amorim é notícia? Porque o Estadão foi atrás do assessor especial de Lula para que ele comentasse a desistência de Biden e a possível ascensão de Kamala Harris ao posto de candidata do Partido Democrata
“Claro que a gente tem simpatia pela Kamala Harris, mas é o povo americano quem decide”, disse o ex-chanceler Celso Amorim, hoje chefe da assessoria especial da Presidência e um dos principais conselheiros de Lula em temas internacionais.
Amorim esteve nos Estados Unidos na semana passada, onde conversou com o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. “Ainda não estava definido, não parecia definido, ele não deu entender nada assim. Claro que todo mundo desconfiava que era uma possibilidade (de Biden desistir)”, afirmou.
Ufa! Ainda bem que um dos principais assessores de Lula tirou do presidente da República, do ministro Haddad e do povo brasileiro a responsabilidade da escolha de Kamala Harris como candidata dos Democratas. Com as férias escolares, o judiciário em recesso, o sobe-e-desce do Campeonato Brasileiro e as Olimpíadas chegando seria discutível se o povo brasileiro teria condições de definir tamanha disputa. Mas é bom saber que o governo brasileiro afeta “simpatia pela Kamala Harris”. Nem mesmo a velhinha de Taubaté sabia dessa.