Todo mundo sabe que a Lava Jato foi longe demais. O país da impunidade não iria permitir que seus bandidos fossem punidos.
Para “estancar a sangria”, usaram as mensagens roubadas pelo hacker de Araraquara, que serviram de pretexto para que fossem anulados todos os processos.
O crime compensa no Brasil. E a imprensa da elite diletante contribui para que tudo permaneça assim.
A Piauí resolveu expor as conversas privadas dos procuradores da Lava Jato. É um texto pedante, como todos os textos pedantes da Piauí. Desnecessário comentar.
O objetivo é ridicularizar todos aqueles que trabalharam para colocar os bandidos poderosos na cadeia.
Antigamente os jornalistas reclamavam da impunidade dos crimes do colarinho branco. Hoje eles justificam os crimes de colarinho branco com as mensagens roubadas pelo hacker de Araraquara.
Devemos esquecer as propinas, as confissões, as planilhas da Odebrecht, todo o dinheiro devolvido pelos ladrões.
O importante mesmo é saber que, numa mensagem privada, uma procuradora disse que a ministra Carmem Lúcia precisava ir ao dentista.
A gente sabe que a imprensa brasileira serve apenas para bajular os poderosos.
E não faltam jornalistas que se prestam a esse servicinho sujo.
A gente sabe que a pessoa é filha da puta quando vem com o papo de “criminalizar a política”. Entrega a índole e o viés canalha tanto quanto “estadunidense”, “lugar de fala” e “racismo estrutural”.
A foto do jornalista, mesmo na lama, ainda não ilustra o profissionalismo desses tipos. Paulo Betti, ator, já disse, lá atrás, numa seleta reunião com LuLa, que era necessário por as mãos na merda para fazer política. A lama não é mais suficiente como ilustração para descrever o servilismo consentido.