Para Malu Gaspar, o bate-boca entre Lula e Maduro pode ser somente uma encenação útil para ambos. Ela sugere que, com esse teatro, Lula ficará mais livre para apoiar Maduro, caso a oposição seja derrotada.
É uma hipótese mais do que provável. Afinal, cada passo de Lula é calculado com base em uma única meta: eleição.
Uma grande injustiça, aliás, é afirmar que os políticos brasileiros não são coerentes, ou não fazem nada, ou que só roubam, ou não têm metas bem definidas em suas vidas públicas.
Essa injustiça é decorrente de uma falha muito comum na avaliação dos discursos dos nossos representantes democraticamente eleitos. Frequentemente, desconsideramos os dois aspectos mais importantes da vida de um político: a próxima eleição e a eleição passada.
Cada inspiração e expiração de um político é dedicada às eleições. Se ele venceu a eleição passada, precisa garantir que vai vencer também a próxima. Caso tenha sido derrotado, precisa saber se dedicar aos “amigos” certos, pois são eles que vão indicá-lo para algum cargo em alguma estatal. Muitos deles, também, dedicam-se com afinco a educar filhos, netos, sobrinhos e apadrinhados para seguirem essa bela “profissão”.
Nada é mais importante do que a eleição.
Quando estava prestes a ser condenado e preso, Lula em seu eterno palanque disse:
É isso. As instituições e concursados estão ali, firmes, para enganar o político vencedor. São empecilhos inadmissíveis para a realização da “profissão” mais honesta que existe.