Por João Falstaff
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A nação está doente porque quer...
Casa que balança e é insegura é a feita com base no amor do povo.
Shakespeare. Henrique IV
Passei a madrugada do dia 06/11/2024 com um olho no Bitcoin e outro no jogo de Super Trunfo.
O Google traduz Trump como Trunfo. Será?
Dessa vez, Lula ficou mesmo revoltado com a extrema direita. Querem tirar dele o privilégio de ser o primeiro presidente condenado eleito na história interplanetária.
Com raiva, Lula passou a madrugada do dia 06/11/2024 bebendo todas.
Lula pode ficar de ressaca. Ele não precisa se preocupar com o Bitcoin.
Demos a ele um cartão bitcorporativo. Pode gastar ao infinito e além, meu bom velhinho.
A maior parte dos eleitores americanos não tem o Mastercard do Lula.
Kamala ou sem mala, os democratas não conseguiram convencer as pessoas que os preços nos supermercados eram só uma ilusão passageira.
Uma inflação derrotada que ainda mantém um sanduíche de atum por 13 dólares não é o sonho americano.
A economia fede.
Um comediante ruim fez piada sobre a origem da fedentina. Ninguém riu.
O presidente Biden, que não é comediante, levou a sério a piada.
Foi procurar a origem da catinga.
O mau cheiro foi visto como insulto racista do comediante e gafe fofinha do presidente.
Afinal, presidentes ruins e comediantes ruins são coisas muito diferentes.
Sem enxergar a miragem econômica, sentindo o cheiro de lixo vindo de todos os lados, mais eleitores escolheram quem prometeu mudar o mundo e todas as coisas.
Menos eleitores queriam manter as coisas como estão.
Sempre foi assim. Quem promete mais é que leva.
Quem diria que nem a Oprah Winfrey unida às acefalebridades e a todo o drama hollywoodiano conseguiriam aumentar o número devotos para a salvação de suas almas.
É falta de fé ou falta de estudo dessas pessoas? Os americanos precisam ler livros.
Precisam melhorar sua escolaridade. Diplomem-se, people.
Uma mulher honesta como a presidenta Kamala Rousseff não merecia esse górpi.
Preciso discordar parcialmente do amado mestre Sabino. Rolando Lero era muito mais articulado do que Dilmala, Kamala e Trump juntos.
Lá no fundo desse górpi, tudo se resume ao preconceito pelo fato de que Kamala é mulher não branca.
A rejeição a sua dissonância cognitiva e ao seu riso nervosamente desajustado é, certamente, reflexo da misoginia e racismo.
Ainda não sei o nome que se dá para o preconceito em relação a um homem laranja.
A rejeição a sua dissonância cognitiva e riso debochadamente desajustado só pode ser laranjofobia.
Pela definição dos laranjofóbicos, só os idiotas laranjas são fascistas.
A escolha do fascista laranja, portanto, foi devidamente esclarecida.
Os eleitores foram didaticamente apresentados aos riscos.
Foram insultados, ou melhor, incitados a optar pela democracia livre, linda, leve e solta.
Oprah mandou e as pessoas, de fato, obedeceram.
Votaram para nunca mais votar na vida? A ver.
O Trunfo laranja, fascista e mentiroso recebeu o voto de uma variada cartela de cores. São todos fascistas como ele, certamente, mas é importante saber que nem todos são laranjas.
Ele não só venceu como venceu muito, venceu tudo, venceu ridiculamente em tudo o que poderia vencer. Só pode ser coisa do diabo vencer tanto assim...
Todas essas pessoas não brancas pobres e sem estudo que votaram no Trunfo vão nos forçar a viver o diabólico sonho americano.
Quem não quer viver num fascisminho democrático?
Tem brasileiro que vive disso há tempos e imagina que entendeu tudo. Está com o riso solto.
São os novos revolucionários. Eles creem fervorosamente que os deuses têm a face imberbe de um menino saído de uma boy band mal-sucedida.
Rezam pela salvação das almas alheias.
E juntam-se, assim, a pessoas de outras igrejas que professam a mesma fé.
Todos têm a certeza de que compreenderam as sagradas escrituras da democracia e de que rezam para o verdadeiro deus.
Todos sabem exatamente qual é a vida humana ideal e entendem a cabeça tanto dos brasileiros, quanto dos americanos, quanto dos povos do mundo todo.
Todos lutam, sob a mesma luz, ainda que cada um pense ser iluminado por um sol mais brilhante.
A roda da fortuna segue girando...
Aqueles que juram que entenderam tudo...
Aqueles que supõem que têm uma inteligência acima da média para captar o eleitor real, a real intenção de cada um ao votar, a realidade do mundo e todas as coisas...
Aqueles que rezam para suas igrejinhas seculares de direita e de esquerda e ainda não se livraram do hábito de ver o mundo por esses óculos velhos e carcomidos...
Todos eles passarão...
O Silicon Valley passarinho!
Entre a realidade imaginada na cabeça de quem usa os óculos do século XX e a realidade imaginada dos smart glasses, qual será a escolha?
Dúvida cruel. Vou perguntar ao Chat de IA para ver o que ele me responde.
Ah! Que orgulho! Quem sai aos seus não degenera.
A IA é nossa imagem e semelhança.
Comemos as uvas verdes e embotamos os dentes da nossa cria...
A melhor realidade real é a de nossa smart existência.
Vamos rir enquanto temos dentes estúpidos...
Quando tivermos smart teeth pode ser que a quinta série morra de vez em todos nós.
João Falstaff é o smartproclamado e smartcredenciado correspondente virtual do NEIM para assuntos brasilienses e diplomáticos. Emprestou dinheiro no smart bank do seu smartphone para ir aos smart esteitis anular o smartvoto.
*Non omnia credas quae legis*
Sempre muito bom
Muito legal esse trabalho. 👏👏👏👏