#[trabalharcansa]: Coriolano, a inconstância da Democracia
Em Coriolano, Shakespeare retrata uma comunidade corrompida pela bajulação, pelo cinismo, pela patifaria.
Coriolano e Júlio César são duas das peças mais políticas de Shakespeare, não no sentido de defenderem algum tipo de ideologia ou posição, mas pela aguda penetração e compreensão das forças que moldam e estruturam uma sociedade, assim, a leitura destas obras em particular serve – ou deveria servir – como verdadeiro estudo das concepções das virtudes e vícios, moral e ética. Podemos encarar Coriolano e Júlio César como verdadeiros tratados de filosofia política muito mais ricos, verdadeiros e instigantes que aqueles escritos por estudiosos contemporâneos da área. E a riqueza poética de Shakespeare, a beleza intrincada de seus versos; seu imenso mosaico de personagens, que vão do mais nobre e heroico ao mais indecoroso e vulgar; seu escopo histórico e geográfico, que abarca nações e tempos diversos; tudo isso faz com que suas peças fossem compreendidas por uma plateia tão diversa quanto àquela de seus personagens, dos mais simples e vulgares aos mais refinados e nobres, nas palavras de Alan Bloom “...seus poemas são complexos em muitos níveis, assim como sua audiência; primeiramente é elaborada em vista da ordem convencional composta por aristocratas e comuns, mas mais profundamente é pela ordem composta daqueles que entendem e daqueles que não entendem”, isto é, o poeta cria uma obra para todos, pois ele busca educar a todos.



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