#[trabalharcansa]: Edward III - as paixões e a desordem
Na obra de Shakespeare, o Mal arrasta, em última instância, a criação ao caos, e o faz ao perverter a verdadeira natureza do homem.
Edward III - as paixões e a desordem
Por Alexandre Sartório
Em Edward III – peça encenada pela primeira vez provavelmente em 1592, no início da carreira de Shakespeare –, como acontece na peça anterior do bardo, King John, a ação se desenrola num momento de indeterminação em que a ordem do reino se abala, mas desta vez não na Inglaterra, mas na França, cujo rei, Felipe, o Belo, havia morrido sem um herdeiro que fosse fruto da linha masculina da família: seus três filhos haviam morrido sem deixar descendentes, abrindo uma fresta para que João II reivindicasse a coroa, apesar de estar, na linha de sucessão ao reinado, atrás de Edward III, rei da Inglaterra e descendente da filha de Felipe, o Belo.