#[trabalharcansa]: Fim de Caso, de Graham Greene
Romance de Graham Greene desenvolve uma reflexão metafísica, envolvendo as questões mais fundamentais da nossa existência: amor, ciúme, perdão, fé.
“Você não precisa ter medo. O amor não acaba. Só porque não nos vemos…”
Sarah Miles, Fim de Caso, dir. Neil Jordan
Fim de caso, de Graham Greene
Por Alexandre Sartório
Graham Greene, que, na década de 60, era o mais conhecido e mais respeitado escritor inglês de sua geração (segundo o crítico Andrew Sanders), realizou sua obra dividindo-a em duas vias: literatura séria e literatura de entretenimento, como ele as definia. A literatura série lidava com os grandes temas da condição humana, como os conflitos e paradoxos morais (a certo ponto de Fim de caso, o narrador se pergunta: “Se não nos fosse ensinado como interpretar a história da Paixão, teríamos condições de saber, apenas pela ações de cada um, se foi o ciumento Judas ou o covarde Pedro quem amou Cristo?”, p. 54), o mal, o pecado, a fé, o crime, a paixão, o amor: são exemplos dela, O cerne da questão, O poder e a glória e Fim de caso (The end of the affair, 1951); a outra via se constituía basicamente de livros policias, de mistério ou thrillers, a exemplo de Expresso do Oriente (Stamboul train) e O ministério do medo. Em alguns casos, as vias se cruzavam.
Em Com Borges, Manguel nos relata que Borges adorava Conan Doyle e o gênero policial, pois achava que as convenções do gênero, uma vez atendidas sem dificuldades, davam ao escritor grande liberdade para inventar.